segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O cérebro coletivo

A capacidade mental das massas está diretamente relacionada aos menos capazes de raciocinar entre seus membros. A pessoa que mais se impressiona e levianamente toma partido em algum assunto é a mesma pessoa que dita o seguimento da população.

O povo é facilmente manipulado quando se estuda a reação que algum tema pode despertar na mente das massas. Na política estão os melhores exemplos de "psicólogos" da mente coletiva.

Claro que existem divergências de opiniões que as vezes levam os resultados a um senso mais apurado. Algo que raramente acontece em benefício da população é quando a verdade, como é apresentada por quem quer enganar a população, é analisada primeiramente pelos mais capazaes e traduzida para os demais. Daí um falso político pode ser desmascarado e passar a ser visto como um estúpido demagogo.

Quando se fala em enganar o povo, a primeira imagem que se forma na cabeça das pessoas é a do político. Porém, se fosse só aí que nosso cérebro estivesse à venda seria ótimo, a capacidade de manipulação do senso comum está presente em praticamente qualquer pessoa que lida com as massas. Por exemplo, o dono de uma empresa pode dispensar os maus funcionários justamente na época das discussões de salário, fazendo assim com que os empregados tenham medo que um aumento em suas rendas torne a mesma empresa menos lucrativa e surjam demissões à revelia.

O estudo da reação do povo engloba tanto a parte psíquica quanto a formação das idéias em conjunto. A simples troca da cor da embalagem de um produto pode influenciar positiva ou negativamente. Da mesma forma a cor da bandeira de um partido pode atrair ou afastar eleitores.

Formas adequadas de se dirigir ao público também é fundamental. O povo quando escuta um orador jamais, mesmo que por curiosidade, recorre a um dicionário. Daí surge duas táticas:

1º - Falar para ser compreendido

Usar termos mais "mastigáveis" ao entendimento público. Pode ser usado tanto para incutir uma imagem negativa àquilo que serve de obstáculo à idéia do orador como também pode ser usado para dar um esclarecimento final a um determinado assunto.

2º Falar para impressionar ou não ser compreendido

Usar uma linguagem rebuscada que visa despertar um interesse da parcela do povo que acredita ser mais inteligente que as demais e, ou, simplesmente confundir quem escuta. Sua aplicação se dá quando a imagem da idéia colocada pelo orador encontra barreiras ou quando muito evidenciada revela suas falhas.

Percebe-se que a propaganda para a proposição de uma idéia ou produto é usada exaltando as vantagens do que é apresentado, porém, a propaganda reversa (difamação do que apresenta concorrência) é usada em maior escala. Quando um detergente, por exemplo, tem as mesmas características do concorrente, a publicidade encarrega de mostrar as desvantagens que caberia aos dois no produto da concorrência:

-Além de deixar suas louças mais limpas, não corrói as suas mãos!

A imagem do produto concorrente no final da frase acima se encarrega de provocar um certo receio do uso do mesmo. Geralmente a dona de casa, empurrando um carrinho dentro de um supermercado ao mesmo tempo que corre para terminar logo as compras, acaba usando aquela imagem negativa subjetivamente para a escolha do produto. Com tantas coisas para se fazer, a dona de casa não vai querer perder tempo escolhendo o melhor e acaba deixando a sua inconsciência tomar a decisão.

Mesmo com todas as formas de comunicação atuais, são as próprias pessoas o melhor meio divulgador de uma idéia ou produto. Por deixarem ser guiadas por impressões, a opinião pública, maioria das vezes, peca em fazer a pior escolha. Como a voz da maioria é a que prevalece, ganhando a opinião das massas qualquer veneno é vendido como remédio, qualquer político acusado de corrupção se reelege, qualquer pastor extorque seus fiéis, idéias banais são difundidas, etc. Ou seja, se basear pela opinião da maioria acaba cegando aqueles que por elas se baseia.